Metaverso:
O termo «metaverso» vem da palavra grega “meta” (mais além) e da raiz “verso” a partir do termo “universo”. O primeiro em utilizá-lo foi o norte-americano Neal Stephenson no seu livro Snow Crash publicado em 1992, no qual recria um universo próprio baseado no mundo real. Talvez há trinta anos fosse impensável, mas, em 2022, são muitos os que preveem que o metaverso chegará às nossas vidas antes do que pensávamos. E, embora ainda não se saiba se algum dia se concretizará verdadeiramente, a pandemia impulsionou, de forma exponencial, a utilização das novas tecnologias. Por isso, não parece tão inverossímil pensar que o metaverso possa estar mais próximo do que parece.
Em poucos anos passamos de televisores a computadores, tablets e smartphones. Por isso, só se pode pensar que o próximo passo é o metaverso. Para se poder desenvolver, o metaverso necessita uma infraestrutura física com disponibilidade de Internet a nível mundial e baixa latência. Hoje em dia, algo só ao alcance de, mais ou menos, metade da população. A conectividade global implicaria uma mudança drástica na maneira de fazer negócios, interagir, e até coexistir, no mundo real. Tratar-se-ia de um novo mundo quase sem barreiras. Estaríamos a falar de uma nova realidade na qual o tempo não é uma dimensão e, com apenas um clique, nos poderíamos teletransportar de maneira imediata. Segundo Mark Zuckerberg:
“Acreditamos que o Metaverso será o sucessor da Internet e que poderemos estar presentes – como se estivéssemos ali mesmo com outras pessoas, não importa a distância a que realmente estejamos”.
O criador de Facebook é um dos exemplos mais ambiciosos de pessoas que já investem biliões na criação do metaverso. O seu potencial começa a revelar-se através de certas indústrias, como a dos videojogos. Logo, poder-se-ia dizer que já existem metaversos individuais. O que ainda não se sabe é se chegará ou quando chegará um que atinja milhões de utilizadores a nível global.
Quais os aspetos mais relevantes para que possa funcionar?
Os três pilares fundamentais do metaverso são: a presença, a interoperabilidade e a estandardização.
- Presença: Isto é, a sensação real de estar num espaço virtual. Na atualidade, o mais próximo a isto é a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada. Através de auscultadores obtém-se a sensação de estar presente num espaço virtual que melhora a qualidade das interações online. Embora, provavelmente, a sensação mais realista que existe hoje seja a que proporciona a Realidade Virtual Imersiva através de um ambiente tridimensional que substitui a realidade física do utilizador por um ambiente artificial. O seu desenvolvimento e crescimento progressivos continuarão a ter um claro impacto na cultura tecnológica.
- Interoperabilidade: Trata-se de poder viajar sem problemas entre espaços virtuais através de ativos virtuais ou avatares. É disso que fala Mark Zuckenberg, da sensação de poder estar próximo dos nossos, mesmo que geograficamente distantes. Desde o ponto de vista informático e empresarial é importante desenvolver conteúdo e software entre plataformas para construir um metaverso estável e duradouro. Por isso, a par da interoperabilidade viria a estandardização.
- Estandarização: Permite a interoperabilidade de plataformas e serviços em todo o metaverso e, para tal, é necessário que existam normas. Sem estas, será impossível que as plataformas possam interoperar. Tal como noutras tecnologias TIC, as normas e a cooperação entre os gigantes tecnológicos parecem ser pilares fundamentais para a criação desse metaverso real.
Se estes três pilares são alcançados, estaríamos a falar da realidade de um metaverso global a nível mundial. Um metaverso para a igualdade e a representação. Um lugar no qual todo o mundo tem a liberdade e a possibilidade de se beneficiar desta nova realidade virtual.
Que impacto é que isto tem nas telecomunicações?
Não é novidade falar dos milhares de milhões de dólares que os operadores móveis estão a investir nas redes 5G. Portanto, não é de estranhar que muitas destas empresas apostem por um futuro ainda mais futurista como o metaverso. O certo é que o 5G e o metaverso andam agora mais de mãos dadas do que há uns anos. Também é certo que ainda se trata de uma realidade difícil de alcançar. Ainda assim, muitos operadores já começam a investir em plataformas baseadas no metaverso para dar vida à internet.
Uma das barreiras mais importantes para os operadores são os limites de internet atuais para suportar a infraestrutura do metaverso. Em primeiro lugar, é necessário ter um espaço virtual no qual não existam as pausas, quedas de rede, etc. Uma vez ultrapassada esta barreira da internet, poder-se-ia dar o caso em que todos os operadores ganhariam e aumentariam as suas receitas consideravelmente, começando pelo 5G. E, finalmente, os operadores móveis virtuais também poderiam tomar partido da procura de uma conectividade mais rápida, armazenamento de mais dados e uma conexão sem interrupções para capitalizar os seus negócios.
Os especialistas já falam de que para 2030, as aplicações habilitadas pelo 5G representarão 40% do mercado. Por outro lado, o financiamento e os parceiros financeiros converter-se-ão, provavelmente, num aspeto importante para continuar a investir no 5G. oferecer soluções deste tipo também permitirá aos prestadores de serviços virtuais centrar-se no seu negócio enquanto se conectam ao mundo virtual.
Isto é, o novo fenómeno do metaverso impulsionará a adoção do 5G (e vice-versa) e, como consequência, ajudará a monetizar todos os investimentos milionários feitos até à data. O mundo continua a girar e a avançar. As tecnologias melhoram a um ritmo exponencial, por isso não é de estranhar que o mundo se possa tornar numa espécie de Matrix, no qual a realidade virtual se converte num mundo paralelo onde tudo é possível e o tempo não existe. Talvez a realidade da qual falamos se torne em algo semelhante ao que as séries atuais, como ‘Upload’ representam. Ou talvez superemos a ficção?
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